gosto de escrever sobre aquilo que gosto de fazer,
sentir, pensar, dizer;
a vida, as pessoas, meus desejos e necessidades,
sem queixas nem deixas;
sem reclamação.
alguns amigos reconhecem meu rosto sem máscara;
algumas parceiras, meu corpo
sem descendência mítica, sem remorsos,
enquanto vou brincando de ser
lysias enio
brasileiro, sem alternativas;
casado, várias vezes,
sem sinais particulares;
branco por fora,
negro e desconfiado, por dentro.
queria meus versos pichados nas muretas
do capibaribe, tigre e eufrates;
mugidos pelos homens mecânicos,
sem pensamento,
pelas mulheres sem vontade.
vomitados ao vento acre das maresias
nas neves do kilimanjaro,
nas planícies do doutor jivago, na ilha de marajó;
acariciados pelos alísios,
como pedras em tipasa.
por ser poeta, eu escrevo versos;
visto a fantasia...
mas não quero ser poeta.
quero, apenas, ser poesia.
terça-feira, 17 de março de 2009
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